quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Educação para Todos

A Êxito Consultoria trabalha com instituições de ensino através das Secretarias de Educação de diversos municípios. Participamos do empenho em motivar e capacitar suas equipes, de  tentar proporcionar uma escola aberta à comunidade, transformada num local aprazível e acolhedor para seus alunos, em estimular um aprendizado que visa um ser mais humano e capaz de se assumir como agente transformador de sua realidade e, assim, do mundo que o rodeia.
Percebemos, também, o quão complicado e por vezes  frustrante é se manter nessa busca diária, e o tanto de estresse que a negligência e o descaso com o ensino imprimem na rotina de tantos professores e alunos pelo país afora.

Mas este é um problema que não atinge apenas as crianças e nem tampouco a terra verde-amarela...



Então não chega a causar surpresa um relatório da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), divulgado no final de Janeiro, e que revela que o Brasil é o 8º país com mais adultos analfabetos.

De acordo com o 11º Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, o número de adultos analfabetos chega a 774 milhões em todo mundo - uma queda de 12% desde 1999, mas de somente 1% desde 2000.
Os 10 países com o maior número de analfabetos somam juntos 72% do total, e são eles: Índia (com 287 milhões de pessoas), China, Paquistão, Bangladesh, Nigéria, Etiópia, Egito, Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo.

"As mulheres correspondem a quase dois terços do total, e não tem havido progresso na redução dessa porcentagem desde 1990", explica a Unesco.

Outro destaque do relatório: 250 milhões de crianças não adquirem os conhecimentos básicos em suas escolas, um problema que também atinge a América Latina e que gera um alto custo para a região.
Nos países pobres, uma em cada quatro crianças não é capaz de ler uma oração completa - é uma crise mundial da aprendizagem, cujas dificuldades atingem principalmente as meninas.

Na América Latina o nível de aproveitamento escolar é superior ao de outras regiões, mas os números são desiguais entre os países. Cerca de 10% das crianças latino-americanas em escolas primárias não estão adquirindo as competências básicas em leitura, mas sua proporção oscila entre 4% no México, 25% na Guatemala e chega a 40% na Nicarágua.
Em Matemática, três em cada 10 crianças da região não estão adquirindo conhecimentos básicos.

"De que serve a educação se as crianças, depois de anos escolarizadas, acabam seus estudos sem as competências que precisam?" ,  pergunta a diretora do relatório, Pauline Rose.

Renda X Alto Custo

Estas deficiências educacionais têm um desgaste econômico para os países: a Unesco estima uma perda anual de 129 bilhões de dólares para as 250 milhões de crianças em defasagem nos conhecimentos.
Promover uma educação de qualidade pode recompensar economicamente e levar a um aumento de 23% no Produto Interno Bruto de um país ao longo de 40 anos, estima a Unesco.

Bom professor
Para se alcançar uma educação de qualidade, a Unesco ressalta que os governos devem ter um corpo docente suficiente, e que receba "uma formação pertinente, ser destinado às zonas nas quais sejam mais necessários e receber incentivos para que assumam um compromisso de longo prazo com o ensino".
Na América Latina os professores ganham, no geral,  um salário que o permite viver acima da linha da pobreza mas, entre 2007 e 2008, profissionais e técnicos com características similares ganhavam 43% a mais que os professores de pré-escola e ensino primário no Brasil, e 50% a mais no Peru.
Desigualdades
O relatório aponta que na América Latina "as crianças procedentes de ambientes desfavorecidos ficam em um nível muito inferior em relação às crianças de locais mais abastados", e que boa parte delas nem chega a completar os estudos.
Em El Salvador, por exemplo, 84% das crianças de lares mais abastados finalizam o ensino primário e dominam competências básicas, contra 42% das provenientes de lares mais pobres. Na Guatemala estes índices são de 75% contra 25%.
"Educação para Todos" foi um compromisso assumido por 164 governos durante o Fórum Mundial de Dacar (2000), a fim de garantir educação básica e de qualidade a todas as crianças, jovens e adultos do mundo. Mas, apesar de alguns avanços, a maioria dos objetivos têm probabilidade de não serem alcançados até 2015 na América Latina e no Caribe, afirma a Unesco.
 


 


 

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