quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Nomofobia

Distúrbio típico dos tempos atuais, a nomofobia é o medo de ficar longe do celular.
Com todas as funcionalidades dos smartphones, cada dia mais usuários (sejam crianças, adolescentes ou adultos ) tornam-se vítimas da dependência digital.


O termo vem da expressão "no-mobile fobia", depois de uma pesquisa da empresa SecurEnvoy mostrar que 66% dos ingleses sofriam de medo e ansiedade de perder ou ficar longe dos seus telefones celulares.

Há pouco mais de um mês, uma publicação da Escola de Saúde Pública da Universidade de Gênova, na Itália, sinalizou que a nomofobia deveria ser incluída no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, uma publicação da Associação Americana de Psiquiatria vista como principal guia internacional para o diagnóstico das doenças mentais.

Na França, um estudo de 2012 mostrou que 34% dos jovens de 15 a 19 anos achavam 'impossível' ficar mais de um dia sem celular.

No Brasil, há mais de 276 milhões de celulares ativos - o que ultrapassa em mais de 70 milhões o número de brasileiros. Com tamanho grupo de usuários, acredita-se que mais de 20% apresentem comportamento abusivo.
No livro "Vivendo Esse Mundo Digital", o autor Cristiano Nabuco de Abreu (psicólogo) esclarece que, por ser portátil, o celular permite um uso ainda mais descontrolado do que na internet, tanto como elemento de interação social, de recreação, de trabalho, além do uso compulsivo de jogos.

A dependência digital não é facilmente reconhecida, muito menos a nomofobia. Cena mais corriqueira é ver pessoas jantando em um grupo de amigos teclando no smartphone, na sessão de cinema, caminhando nas ruas, dirigindo, e algumas mais viciadas relatam o uso até durante o banho.



É considerado dependente o uso que gera prejuízos, sejam social, escolar ou físico, quando até o sono é prejudicado pela ansiedade de usar o aparelho, ou até mesmo quando a pessoa acredita ter ouvido o telefone tocar mesmo que esteja sem ele. São praticamente os mesmos sintomas de outras dependências comportamentais
Quando se repete determinado comportamento, depois de poucos minutos ocorre a liberação de dopamina, o 'hormônio do prazer', que faz com que a motivação seja renovada e estabelece um círculo vicioso. No caso do smartphone, este comportamento leva à necessidade de estar cada vez mais conectado.


Pesquisa realizada na Coreia do Sul comparou os efeitos no cérebro de usuários pesados de internet com o de dependentes de álcool e outras drogas. Em todos os casos houve desgaste significativo na bainha de mielina (substância branca que envolve o neurônio e aumenta a velocidade de condução do impulso nervoso), consequência neuroquímica conhecida do abusivo consumo de drogas, mas ainda não relatada em dependentes digitais.
Por isso, países como Coreia do Sul, China e Japão já tratam a dependência tecnológica como problema de saúde pública, indicando medidas simples além do acompanhamento psicoterápico, como proibir celulares em escolas, a prática de esportes ao ar livre, e incentivo ao convívio social.



Fonte: Vida e Estilo/Zero Hora

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