terça-feira, 14 de outubro de 2014

Gerontofobia

Gerontofobia é o medo irracional de envelhecer e de tudo o que se relaciona com a velhice.
Embora ainda sem registro no CID-10 (Classificação Internacional das Doenças), é possível percebê-la nos círculos sociais dos quais fazemos parte. É caracterizada como problema quando existe prejuízo psicossocial progressivo, quando chega ao ponto de atrapalhar a vida do indivíduo.

A velhice é o prenúncio da morte, um dos temores do ser humano, e ao ver se aproximar esse estágio da vida e dar-se conta da finitude, não são poucos os que tentam negar e vão em busca  de tratamentos, cirurgias ou qualquer coisa que retarde o processo.


Mas tudo depende das experiências de cada um com a velhice, de como o idoso é tratado por quem está a sua volta enfim, de como se lida com esta etapa natural do desenvolvimento humano. "Chamamos de fobia porque é um medo excessivo e desproporcional ao envelhecimento. Pessoas que discriminam idosos, que estão preocupadas demais com a aparência, adultos que se comportam como jovens são exemplos", afirma Dinah Akerman, psiquiatra da Universidade de São Paulo.

Não existe idade certa para despertar esse sentimento muitas vezes inconsciente, mas alguns momentos podem servir de 'gatilho': quando participamos do envelhecimento dos nossos pais, quando perdemos pessoas próximas, mulheres que passam de tal idade e percebem que ainda não casaram ou tiveram filhos, homens maduros que não atingiram o status desejado, e aí nos damos conta de que a vida não é eterna.

Muitos não lidam bem com as mudanças que cada fase da vida traz.
O que importa é o estado de espírito de cada um, nos mantermos ativos, com algo a oferecer, disposto a aprender, conhecer coisas novas, interagir com grupos distintos. No Oriente ou em tribos indígenas, os idosos são tratados como sábios, reverenciados e respeitados pela experiência de vida ... no Ocidente, muitas vezes, são vistos como pessoas que dão trabalho, lentas, verdadeiros fardos a serem carregados.



O 'saber envelhecer' é uma grande vantagem, dar-se conta de que estamos vivos, de valorizar novas vivências, cultivar mais as relações afetivas, aproveitar o tempo que antes era só do trabalho, perceber que momentos bons e ruins fazem parte de todos os ciclos da vida e não ter medo de vivenciá-los plenamente.

Não existe remédio para tratar a gerontofobia,  mas a terapia pode ajudar a entender que envelhecer não significa adoecer. Crianças e jovens convivendo com idosos traz benefícios a todos: os mais novos percebem que a velhice é uma coisa natural, e os mais velhos se mantém atualizados, ambos compartilhando vivências e sonhos.



Fonte: Comportamento UOL

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