quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Mulher no Trabalho 2

No post anterior registramos que a mulher aumentou a participação no mercado mas ainda tem menos carteira assinada do que os homens.
Continuando o assunto divulgado nas Estatísticas de Gênero do IBGE, o recorte do Censo 2010 mostra que as mulheres brasileiras já engravidam menos na adolescência, estudam mais dos que os homens, tiveram aumento de 12,8% maior na renda média mensal (entre 2000 e 2010, contra 3,6% dos homens), mas elas ainda ganham salários menores e têm dificuldades de progredir na carreira.



A renda média do homem brasileiro é de R$ 1.522,00 por mês, enquanto a da mulher é de R$ 1.123,00. Homens que trabalham nas áreas de Ciências Sociais, Direito e negócios, por exemplo, ganham em média R$ 4.650,90 - mulheres atuantes no mesmo segmento recebem R$ 3.081,40. No setor de engenharia, produção e construção, os homens ganham em média  R$ 5.985,60 - as mulheres recebem R$ 3.976,10.
Os dados da tabela abaixo referem-se ao ano de 2012, no estado do Paraná:



Mas as mulheres aparecem em vantagem no índice de analfabetismo e, entre 18 e 24 anos, 15,1% delas cursam o ensino superior, contra 11,3% dos homens, em todas as regiões do país.
"As mulheres engravidam mais tarde, estudam cada vez mais e ocupam um número maior de postos no mercado de trabalho. Estão em todas as profissões, inclusive aquelas consideradas masculinas, como engenharia civil, mecânica, automação, condução de veículos pesados, taxistas, entre outras, Mas mesmo assim continuam ganhando menos", conclui Eleonora Menicucci, ministra-chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM).

Segundo a professora Ligia Pinto Sica, coordenadora do Grupo de Pesquisas em Direito e Gênero da Fundação Getúlio Vargas, são dois os motivos que podem explicar os salários menores das mulheres. A cultura patriarcal (que valoriza mais o trabalho masculino), e a questão reprodutiva (empregadores constatam perdas produtivas quando as funcionárias saem em licença maternidade). Uma possível medida para mudar tal percepção seria aumentar o período de licença paternidade.  "A sociedade precisa perceber que num dado momento o homem pode entrar em campo para que a mulher não tenha que necessariamente perder sua posição no mercado de trabalho", sugere ela.
Ligia Sica analisou 837 companhias de capital aberto e 73.901 cargos de diretoria e membros de conselhos administrativos, entre 1997 e 2012, e concluiu que a taxa de mulheres nos cargos mais altos se manteve a mesma em 15 anos. A mulher estuda, entra no mercado, mas não consegue avançar na carreira: apenas 7,7% destes 73.901 cargos são ocupados por elas.

De acordo com o IBGE, as mulheres de 15 a 19 anos com ao menos um filho diminuiu de 14,8% para 11,8% , entre 2000 e 2010.



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