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Diversos estudos mostram que animais e pessoas geralmente apresentam melhor desempenho em testes de memória depois de se exercitarem.
Escritores e artistas afirmam que suas melhores ideias surgem durante uma caminhada, relatando uma conexão entre a prática de exercícios e a criatividade.
Mas poucos indícios científicos dão suporte ao que se percebe na prática. Foi por isso que pesquisadores da Universidade de Stanford decidiram testar essa possibilidade - em parte até por experiência própria.
Tudo começou com Marily Oppezzo, na época aluna de pós-graduação da Universidade, que costumava caminhar na companhia do seu orientador para discutir os temas da tese. Foi aí que teve a ideia de relacionar as caminhadas à criatividade. Então recrutou um grupo de alunos de graduação pra ver se conseguiria aumentar sua criatividade. Reunidos em uma sala monótona, equipada apenas com uma mesa e uma esteira, ela pediu que eles fizessem testes envolvendo a criatividade. Em seguida, os participantes caminhavam na esteira, observando uma parede vazia e, enquanto faziam o exercícios cada voluntário refazia o teste de criatividade.
"Para quase todos os estudantes, a criatividade aumentou substancialmente ao longo da caminhada. A maioria deles foi capaz de gerar cerca de 60% mais usos alternativos para um objeto e que fosse ao mesmo tempo 'novos e apropriados' ", afirmou Marily em seu estudo, publicado neste mês pela revista científica The Journal of Experimental Psychology: Learning. Memory and Cognition.
Para saber se a criatividade aumentava apenas durante a caminhada, a pesquisadora testou, com outro grupo de alunos, se os efeitos continuavam depois do exercício. E novamente a caminhada aumentou consideravelmente a habilidade dos participantes de ter ideias criativas, mesmo quando eles se sentavam depois de caminhar. Os que haviam caminhado apresentaram mais ideias e com qualidade subjetiva superior quando comparadas aos testes realizados antes dos exercícios.
Depois, Marily passou a realizar testes em espaços abertos, até porque existe a crença de que seria bem melhor para a criatividade andar ao ar livre do que dentro de um escritório, por exemplo. Mas para a surpresa de todos, o estudo não confirmou a suposição. Quando os voluntários caminhavam pelo campus da universidade, geravam mais ideias criativas do que quando se sentaram dentro ou fora da sala. Porém não foram mais criativos do que quando caminharam na esteira, de frente para a parede branca.
"Tudo indica que o que importa é a caminhada em termos do aumento da criatividade, e não o ambiente. Ainda não se sabe ao certo como caminhadas curtas e casuais são capazes de alterar os diversos processos mentais relacionados à criatividade", explicou a pesquisadora.
Pode ser que a criatividade surja com mais facilidade em uma mente tranquila, ou então caminhar pode desviar a energia que seria dedicada para limitar o pensamento criativo. "Acredito que seja possível que as caminhadas permitam que o cérebro ganhe força. Mas, essas são apenas algumas das muitas explicações possíveis", comentou Marily.
Fonte: Mulher UOL
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