É um tema novo, que começou a ser estudado no início dos anos 2000, e por isso suas técnicas ainda são desconhecidas por muitas empresas.
Resumindo, é uma nova maneira de pensar o comportamento do consumidor.
Toda essa inovação tem despertado o interesse de estudiosos mundiais, e alguns deles estiveram reunidos em São Paulo na semana passada, durante o Neurobusiness Expo Fórum.
Através de equipamentos que medem os batimentos cardíacos, acompanham o movimento dos olhos e captam o arrepio da pele, é possível perceber reações que antes ficariam escondidas e passariam longe dos famosos questionários de pesquisas.
"O estudo das emoções tem algo de intangível, que não pode ser medido por mapas e números. Muitas empresas têm medo disso, porque gerenciar emoções é difícil", diz o psicólogo português Fernando Rodrigues, especialista em ciências do consumo e CEO da ICN Agency, agência especializada no tema e que ajuda as empresas a compreender o que se passa na cabeça dos consumidores.
" Temos o cérebro racional, que pensa, o médio, que sente, e o primitivo e instintivo, que toma a maioria das decisões. O que tentamos descobrir é como nos comunicar com essa parte primitiva do cérebro", esclarece o espanhol Antônio Mimbrero, sócio de uma das primeiras agências de neuromarketing do mundo.
Segundo ele, o cérebro primitivo é autocentrado e egoísta. Portanto, uma empresa ganha pontos quando fala e/ou mostra ao consumidor que seu produto pode deixá-lo melhor ou mais forte. O contrário acontece quando a empresa aborda apenas questões de mercado, ou seja, fala dela mesma, não despertando o interesse deste consumidor.
O psicólogo português Fernando Rodrigues faz uma analogia ao comparar os passos para se vender mais e de como conquistar uma mulher. Primeiro é preciso chamar sua atenção. Depois, tomar atitudes que mantenham o interesse dela e, finalmente, criar um vínculo permanente entre o casal.
Para atrair a atenção é preciso aumentar as taxas de dopamina e norepinefrina, que são neurotransmissores que geram sensações de bem-estar e euforia.
Segundo Rodrigues, piadas têm esse efeito na hora da conquista, a mulher se sente atraída. E o mesmo vale para o consumidor: a marca precisa chamar sua atenção de maneira marcante, o que pode acontecer através da propaganda, por exemplo.
Para manter o interesse da mulher é preciso surpreendê-la. Quem sabe dando-lhe flores? A surpresa aumenta os níveis de serotonina, um neurotransmissor que atua no cérebro regulando o humor. Uma promoção ou uma vantagem podem ter o mesmo impacto no consumidor.
Criar vínculo é o último passo da conquista. Para isso é preciso estimular a criação de ocitocina (também chamado de "hormônio do amor') e de vasopressina (associado ao comportamento paternal). E quando se fala em marca, o consumidor precisa considerar que ela seja insubstituível, o que vai garantir a fidelidade do cliente.
A aplicação das informações fornecidas pela neurociência possibilita o aumento da eficácia do trabalho desenvolvido para a marca, para a experiência de compra, para a comunicação com o público (incluindo redes sociais e mídias digitais), para a precificação dos produtos e para as estratégias de inovação.
Fonte: UOL Economia
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