sexta-feira, 30 de maio de 2014

Perfil: Lorrana Scarpioni

Lorrana Scarpioni é uma brasileira de 23 anos que ganha dinheiro com tempo livre. E o trabalho dela está dando o que falar. Sempre se imaginou criando uma ONG ou uma escola, mas se achava muito inexperiente para comandar uma empresa.
A revista Technology Review, do Massachusetts Institute of Technology (MIT) divulgou a lista com os dez brasileiros mais inovadores com menos de 35 anos, e Lorrana está neste ranking e é uma das duas mulheres agraciadas.
O feito? Ter criado a plataforma Bliive.



Nascida em Salvador mas criada no Paraná, acaba de se formar em Direito na Unicurutiba, e em Relações Públicas na Universidade Federal do Paraná.
Sempre inquieta e disposta e encontrar soluções para os problemas a sua volta, em 2012, depois de assistir a dois documentários sobre economias alternativas e colaboração online, Lorrana teve a ideia de criar uma rede colaborativa de troca de tempo, que hoje possui mais de 15 mil usuários em 55 países: a Bliive (cujo slogan é  "Colaboração é a nova revolução").

“A ideia é dar valor para todas as pessoas, não importa se ela irá fazer uma hora de Photoshop ou se vai ficar uma hora varrendo uma casa, isso vale um TimeMoney. Se você quer usar a Bliive, não é por que você quer ganhar alguma coisa a mais que alguém, é por que você quer trocar algo mesmo. Ou seja, todo mundo ganha a mesma coisa e todo mundo tem o mesmo valor”, afirma Lorrana.

Funciona assim: o interessado faz o cadastro, oferece uma atividade (uma hora de aula de violão, por exemplo, como a própria Lorrana já fez) e, em troca, ganha um TimeMoney (a moeda usada na plataforma), que pode ser trocado por qualquer outra atividade oferecida por outros usuários, que também podem doar seu tempo livre a ONGs cadastradas.



Mas no início da operação, as altas expectativas de um sucesso meteórico foram frustradas com as dificuldades enfrentadas pela realidade do negócio: parcerias que não renderam, escassez de recursos, os primeiros 'nãos', e até o pessimismo dela própria. Foi então que decidiu parar de se lamentar pelo que não havia dado certo,  focar nas pequenas conquistas e adequar-se a expectativas mais realistas. Investiu na empresa o dinheiro que os pais iam pagar pelo baile de formatura.
E esse novo posicionamento aliado ao trabalho fez com que a coisa fosse se tornando cada dia mais consistente - estão aí para provar o prêmio Jovens Inspiradores da Revista Veja/ Fundação Estudar, ter sido a representante brasileira na etapa global do Creative Business Cup (na Dinamarca),  o primeiro lugar no programa HUB Fellowship em Curitiba, e o prêmio Sirius Programme (um programa do governo inglês de aceleração, onde concorreram com 2 mil empresas do mundo todo e ficaram entre os 30 selecionados para participar do projeto).
O próximo passo é levar a startup para a Escócia, graças ao Sirius Programme, fincando raízes  e contatos no mercado europeu durante um ano, com direito a salário para a equipe e outros benefícios, além de muitos aprendizados.

Para Lorrana "tempo ninguém tem e todo mundo tem, é só querer", e a próxima ideia é criar uma ferramenta para sincronizar as agendas dos usuários, para que encontrem quem tem o mesmo tempo livre.
Dentre as atividades oferecidas, algumas são bem curiosas: gente que ensina a coreografia de Single Ladies, pular corda como Rocky Balboa, arrumar a bagunça do quarto alheio, opinião de um terceiro desinteressado (visando a imparcialidade, frente aos que estão envolvidos emocionalmente no assunto e/ou fato) enfim, a criatividade dos membros não tem limites. E, muitas vezes, o que é oferecido no Bliive não existe no mercado normal. "Por ser colaboração, acho que as pessoas entram mais na vibe de criar coisas diferentes", avalia Lorrana.
Para este ano, os maiores desafios são promover mais trocas e tornar o modelo de negócio sustentável e escalável.

E alguém duvida dessa garota? Confira mais em www.bliive.com


Fontes: Época Negócios, 20epoucos20etantos.com

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